Como usar o flash fotográfico

20:48 / Postado por Mallu Suzuki /

Técnicas para fotografia analógica e digital (Parte 1)


Flash Canon 430EX II
Os fotógrafos amadores em geral costumam condenar as fotografias tiradas com flash por apresentarem efeitos artificiais. Já o profissional, ao contrário do amador, não o dispensa, e chega a usá-lo até de forma criativa, não deixando nenhuma pista ou evidência da sua utilização, apresentando resultados fantásticos. Para estes profissionais, o uso do flash é tão importante, como o uso de filtro protetor ou parasol.

Já que os filmes de maior sensibilidade comprometem a qualidade e saturação das cores, os profissionais com filmes mais lentos, conseguem “simular” através da criatividade, esquemas de iluminação com flash, cuja imagem final é idêntica ou ainda melhor do que a iluminação do próprio ambiente.

As técnicas a seguir são válidas, tanto para a fotografia analógica, como para a fotografia digital profissional.
Velocidade de Sincronismo

Para usar um flash, seja portátil, acoplado á câmara, de estúdio e outros, temos primeiro de observar a sua velocidade de sincronismo. Este sincronismo refere-se ao intervalo de tempo entre a velocidade do obturador e o disparo do flash. Ambos devem acontecer exatamente no mesmo momento. Para isso, é necessária uma velocidade específica que dispare o flash no exato momento em que o obturador esteja totalmente aberto para atingir o pico máximo de luz.

Caso o manual da sua câmera disser que o sincronismo do flash está regulado para 1/60, e você utilizar uma velocidade mais rápida como 1/125 ou ainda 1/250, a foto não será totalmente capturada, porque a velocidade é muito rápida, e a cortina do obturador estará a tapar parte do filme durante a exposição.

As câmeras manuais mais modernas permitem sincronismo do flash até 1/250. Os modelos High Tech, permitem até 1/800 ou mesmo 1/1000, dependendo do programa. Entretanto, o que importa realmente saber é que a velocidade de sincronismo é a velocidade máxima permitida a utilizar com flash. Esta velocidade, na maioria das vezes, regista apenas a luz enviada pelo mesmo.
Número Guia – Flash Manual

Cada tipo ou modelo de flash tem uma potência, um poder de iluminação. Esta medida tem o nome de número guia, e está indicado no manual do seu flash, para filmes de ISO 100.

Noutras palavras, a luz que parte do flash espalha-se e chega até ao assunto com maior ou menor intensidade. Portanto, sempre que a distância se altera, é necessário alterar o diafragma para uma correta exposição.

Cada flash tem um número guia e uma potência diferente. Para facilitar o utilizador, cada flash vem com o seu respectivo número guia impresso no manual. Ou, com uma tabela de Distancia x Abertura, impressa no próprio corpo ou no visor do flash. Observe-a com cuidado para conseguir a exposição correta.

A tabela é utilizada nas funções MANUAL (M), AUTOMÁTICO (A) ou ainda em TTL do flash. Trabalhar com o flash em manual significa dizer que estamos a utilizar a sua potência máxima, o seu número guia.

Para calcular a abertura adequada a ser utilizada a partir do número guia, caso o seu flash não apresente a tabela impressa é muito simples:

Número Guia (80) ISO 100 = Abertura do Diafragma = f/ 8.
Distância em Metros (10 m)

A técnica do Número Guia é utilizada nos flashes profissionais que não trazem a tabela de Distância x Abertura. Desta forma, consulte o manual e o respectivo número guia para cada sensibilidade de filme.
Flash em Modo Automático

A maioria dos flashes disponíveis no mercado também funcionam em AUTOMÁTICO (A). Estes modelos possuem um tiristor* e um sensor eletrônico que mede a tensão da luz, ou a intensidade do relâmpago a ser enviado de acordo com a distância entre o flash e o assunto a ser fotografado.

Estas indicações geralmente estão em cores diferentes, em função da distância que o assunto se encontra.

Cuidado: cada função de Automático indica uma abertura fixa, e o respectivo raio de ação, as distâncias mínimas e máximas que o sensor pode alcançar! Mesmo nos flashes mais avançados tipo High Tech. Perceba que o modo Automático refere-se unicamente ao desempenho do flash, não havendo nenhuma mediação de exposição por parte da câmara.
Flash em Modo TLL

TTL quer dizer “Through The Lens Metering“, ou “Leitura Através da Objetiva“. A luz passa pela objetiva e chega ao plano do filme, onde é medida por um sensor que mede a luz refletida da própria superfície do filme. Parece complicado, mas a intenção do fabricante é tentar captar o sinal de luz com a maior exactidão possível.

Quando trabalhamos com um flash em TTL, o tiristor* que comanda a função automática é desligado e a intensidade da luz do flash está subordinada á leitura do fotómetro. Desta forma, o sensor fotoelétrico após ter analisado a luz no plano do filme da cena a ser fotografada, vai enviar ao flash, a quantidade de luz necessária para uma exposição normal.

Apesar de teoricamente ser muito prático, já que o fotômetro detecta a quantidade de luz exata que falta para obter uma exposição normal, e comanda o flash para fornecer essa iluminação complementar, este modo só é possível nas câmaras tipo High Tech, em virtude dos contatos periféricos.

Assim, o sistema TTL, está ligado com o fotômetro. Este mede a quantidade de luz disponível, “lê” a distância pelo sistema Auto Focus, e informa o flash da quantidade de luz necessária para complementar à exposição, naquele plano, previamente focalizado. Os modelos High Tech ainda contam com programas de sub ou super exposição para melhor controle dos efeitos desejados.

Por outro lado, o sistema TTL na maioria dos flashes inteligentes atuam como luz auxiliar. Podendo subexpor ou super-expor o assunto. Quando isto ocorrer, utilize a escala de compensação.

*Tiristor é um circuito eletronico que regula tensão. Por exemplo, até algum tempo atrás os produtos eletronicos tinham uma chave, onde regulavamos manualmente a voltagem, para 110 vols, 220 vols, 240 volts. Atuamente, os mensos eletronicos possuem um sistema auto volt, que reconhece e ajusta automaticamente a  sua voltagem.

Os primeiros flashes, anteriores ao sistema TTL, (como os flashes Vivitar 285 HV Como usar o flash fotográfico – Técnicas para fotografia analógica e digital (Parte 1)) operavam com tiristor. A função deste circuito era de reconhecer a tensão, a intensidade de retorno de luz do flash e efetuar sua correção em milésimo de segundos.

(Prof. Dr. Enio Leite)

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2 comentários:

Comment by Unknown on 12 de dezembro de 2014 às 07:56

Excelente Tutorial. Parabéns.

Comment by Cassiber on 2 de fevereiro de 2016 às 03:43

Beleza, simples e bastante informativo. Obrigado.

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